Parisa Tabriz, a princesa hacker que defende o Google
Parisa Tabriz é uma especialista em segurança da computação iraniana-americana que trabalha na Google como Vice-Presidente de Engenharia. Ela escolheu o título “Princesa da Segurança” em seu cartão de visita. É paga para pensar como os hackers e conhecida na web como a Princesa do Google.
Na Faculdade estudou engenharia mas interessou-se pelo assunto da segurança cibernética. Aconteceu quase por acidente: o seu site pessoal – onde publicava fotografias e arte digital – foi alvo de um ataque por parte de hackers. Curiosa, Parisa Tabriz tentou perceber por que é que isso tinha acontecido e acabou por trilhar o caminho que hoje a define.
Ingressou então num clube da Faculdade sobre segurança na Internet. Era a única mulher e, entre outras coisas, aprendeu estenografia, a arte de esconder informação em código à vista de todos. Divertia-se a enviar mensagens dissimuladas em fotos de gatinhos.
Parisa Tabriz lidera uma equipa de 30 pessoas que, todos os dias, ataca os sistemas de segurança do Google Chrome à procura de erros. É preciso pensar como um hacker para conseguir defender o browser. E só com esta ideia em mente é que a equipe será capaz de executar o trabalho eficientemente.
“Dou o exemplo de uma máquina de venda automática e incentivo-os a pensar em formas de conseguir os chocolates sem pagar”, disse Parisa à revista Nature.
Num edifício onde a segurança é a palavra prioritária – e onde ninguém pode entrar, além da equipe – Trabriz trabalha com milhares de computadores que testam automaticamente a segurança do Google. A multinacional também promove concursos e oferece prémios no valor de 2 milhões de euros a quem indicar vulnerabilidades no sistema. Mas a Princesa do Google tem trabalhado bem e em 2014 só um hacker conseguiu atacar o browser.